quinta-feira, 2 de fevereiro de 2012

Sexualidade na infância

   Seu filho de dois anos acorda e diz: “olha como meu pipi está grandão”. Você passa pelo quarto de sua filha de cinco anos e a surpreende brincando de médico com o amiguinho. Embora esses acontecimentos façam parte da infância, da mesma forma que joelhos arranhados, os pais levam um susto quando suas crianças demonstram, abertamente, sua sexualidade.
O maior desejo dos pais é que seus filhos sintam-se bem consigo mesmos, que aprendam a expressar afeto e, no entanto, reprimem as tentativas na busca de informações e prazer.
Logo quando a criança começa a falar, ensinamos musiquinhas mostrando onde é a boca, a orelha... Já os órgãos genitais são esquecidos, ou inventam-se nomes para eles. Se nariz é nariz, por que vagina é “xoxota”? Fica parecendo que estes nomes são feios, proibidos.

Esse comportamento aumenta, ainda mais, a curiosidade sobre o seu corpo e o corpo do outro. Como essa curiosidade é muito grande, devido à criança começar a perceber as diferenças entre seu sexo e o sexo oposto, é natural que ela comece e encher os pais de perguntas e queira conhecer melhor tanto o próprio corpo quanto o do outro.

Digo que essa atitude é natural pois, tanto as perguntas como as brincadeiras (de médico ou papai e mamãe) e as carícias que a criança faz em si mesma, são totalmente desprovidas de perversão, existe apenas o sentido de curiosidade e prazer.

Assim, é importante que as respostas às perguntas das crianças sejam dadas de forma tranquila, para que elas aprendam os comportamentos adequados, mas não se inibam, pois isso poderia resultar na procura de outras fontes de informação e prazer (nem sempre adequadas). Porém os pais devem responder apenas aquilo que a criança perguntou, pois quando ela tiver condições de entender melhor, perguntará mais e mais.

Devemos nos questionar sobre como conviver com o conhecimento de que as crianças também expressam-se sexualmente, e lembrar que é nossa responsabilidade que elas tornem-se adultos sexualmente sadios, sem problemas ou disfunções sexuais, causados pela dificuldade dos adultos de lidar com esse fato.

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