Assim como nesta música do Ultraje a
Rigor, o ciúme sempre inspirou obras literárias, o cinema e a arte em geral. E
sempre motivou tanto tragédias clássicas quanto cotidianas, nas quais se mata
por ciúme, um sentimento louco, paranóico, perigoso e insuportável.
É claro que existe um outro tipo de ciúme,
incômodo, mas suportável, aceitável. É o sentimento que atinge todas as
pessoas, em todas as circunstâncias (ciúme do irmão mais novo, do namorado, da
amiga).
Esse tipo de ciúme é imprescindível,
por exemplo, num relacionamento amoroso, pois traz um sentimento de valorização
própria e do parceiro, renova e conduz a um exame da relação.
O grande problema é que o ciúme sempre
surge acompanhado de uma gama de sentimentos desagradáveis, como: insegurança,
inveja, ameaça, medo e raiva. Ou seja, mesmo que seja “inofensivo”, a pessoa
tem que aprender a lidar com ele e não se deixar consumir pela insegurança.
Uma relação na qual se desconfia de
tudo o tempo todo não sobrevive, por um lado porque a insegurança e o medo da
perda causam sofrimento e reduzem a auto – estima, o amor próprio, e por outro,
porque não há quem suporte possessividade, cobranças e acusações infundadas por
muito tempo.
A maior dificuldade é distinguir os
dois tipos de ciúme (o normal do patológico) e saber controlá-los. Ele se torna
patológico quando restringe a vida do casal, com situações em que se tenta
controlar para quem o outro olha, com quem fala ou em que proíbe de sair de
casa. Nesse sentido, é nocivo e causa prejuízos emocionais, da auto – estima e
na vida social.
Embora o medo da traição seja a base do
ciúme, numa pesquisa americana realizada em 37 países, constatou-se que as
mulheres têm muito mais medo que seu parceiro envolva-se emocionalmente com
outra mulher, enquanto que os homens temem a traição puramente sexual, ou seja,
que sua parceira encontre mais prazer na cama de outro homem.
Independentemente do motivo, o ciúme é
um sentimento universal, comum a todas as pessoas. A diferença é a forma como
dão vazão a essa angústia, como lidam com tal sentimento. Isso é o que
determina a maturidade afetiva e a estabilidade emocional de cada um. E quando
a pessoa passa a não conseguir controlar esses sentimentos e atitudes, a melhor
solução é procurar o auxílio de um psicólogo.
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