quarta-feira, 4 de janeiro de 2012

Quando a criança precisa de psicoterapia


Ao menor sinal de dor, seja ela de garganta, ouvido ou barriga, os pais levam seus filhos correndo para o pediatra. Se a dor for de dente, também não pestanejam para procurar o dentista de sua confiança. Mas quando a dor é da alma e não se manifesta fisicamente, muitos relutam ou demoram muito tempo até procurar ajuda.

A criança, assim como o adulto, também sente, sofre, chora, se preocupa, se entristece. Quando alguma coisa não vai bem, seja em casa, na escola, com os amigos ou consigo mesma, ela também, se desestabiliza, mas demonstra esse sofrimento de maneira muito peculiar, seja agredindo os colegas, fazendo xixi na cama, chorando sem motivo, indo mal na escola...

Na maioria das vezes as crianças são levadas ao psicólogo apenas quando entram na escola. Isto acontece por vários motivos. Primeiro porque na escola qualquer déficit da criança torna-se mais aparente, seja em relação a aprendizagem, linguagem ou qualquer outra habilidade, e é mais facilmente identificado pelos professores.

A escola também é o primeiro lugar onde a criança tem a oportunidade de interagir socialmente, fora do ambiente familiar. E nessa situação, o baixo repertório social fica evidente nas más relações com os amigos, desobediência às regras e agressividade.

As queixas mais comuns são justamente estas, ou seja, as relacionadas a comportamentos impróprios e inaceitáveis.

Quando a criança distribui socos e pontapés aos amiguinhos, tira notas baixas, se recusa a fazer a lição, faz a maior bagunça na casa dos avós ou volta a fazer xixi na cama, é bem mais fácil perceber que ela não está bem.

No entanto, muitas crianças externalizam seu sofrimento isolando-se, ficando muito quietas, apáticas, sem demonstrar interesse por nada ou reagir a qualquer estímulo. Estas crianças não atrapalham a aula, não envergonham os pais, mas também demonstram, à sua maneira, que algo não vai bem e que precisam de ajuda.

A terapia infantil é bastante diferente da do adulto. Os pais são chamados para um primeiro encontro tanto para relatar as dificuldades do filho como para dar um histórico de sua vida. E quando a criança chega à terapia, tem espaço para brincar, desenhar e conversar sobre tudo o que quiser, contar seus segredos, idéias, preocupações e sentimentos.

Os pais também são importantíssimos neste processo, no sentido de transmitir informações sobre a criança e aprender a lidar com ela da melhor maneira possível. É essencial que estes percebam que estão envolvidos no processo e que, juntamente com o psicólogo, são responsáveis e capazes de propiciar um desenvolvimento emocional saudável a seus filhos.

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